segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Marina: "Voto consciente é manter as conquistas"

Marina Silva

"Muita gente no PV vota em Dilma"
Embora não declare seu voto, a senadora Marina Silva diz que a decisão responsável é aquela que aponta no sentido de se "manter as conquistas"
Octávio Costa e Hugo Marques

img.jpg
FUTURO
Marina diz que, mesmo sem mandato, continuará lutando para mudar
o modelo de desenvolvimento do País
No dia 31, a senadora Marina Silva vai cumprir seu dever cívico e votar em Rio Branco, no Acre. Ela não revela o voto, mas deixa claro que não pretende votar nulo, apesar de o Partido Verde ter feito opção institucional pela neutralidade. “Pode afirmar que vou votar de acordo com minhas responsabilidades”, disse Marina, em entrevista à ISTOÉ. “Para mim, a decisão responsável é aquela que aponta no sentido de manter as conquistas.” Apesar do sigilo, Marina foi taxativa e fez questão de destacar que muita gente do Partido Verde tem preferência pela petista Dilma Rousseff, ao comentar o apoio de Fabio Feldmann e Fernando Gabeira ao tucano José Serra. “Há muitos nomes de peso do PV apoiando a ministra Dilma.” Do alto dos 19,6 milhões de votos que recebeu no primeiro turno da eleição, a senadora pelo Acre não vê problema em ficar sem mandato a partir de 1º de janeiro. Diz que vai retomar a agenda de viagens pelo País para difundir suas ideias a respeito do desenvolvimento sustentável. E des­­­­­­­conversa, mas não nega o projeto de se candidatar novamente à Presidência em 2014, quando poderá enfrentar nas urnas o presidente Lula.
img2.jpg
"Fabio Feldmann e Fernando Gabeira não falam em nome do partido.
São nomes importantes do PV, mas muitos outros estão apoiando a Dilma”
img1.jpg
“Quando Lula e outros criaram o PT, as pessoas diziam que aquilo
não tinha como prosperar, como falam hoje do PV. Olha no que deu"
Istoé -
Ficar independente no segundo turno é coerente com a campanha feita pela sra.?
Marina Silva -
No meu entendimento, não só é coerente como foi a decisão mais correta. Fizemos uma campanha programática e não podíamos ter uma atitude de neutralidade.
Istoé -
A posição não foi de neutralidade?
Marina Silva -
Apresentamos a Dilma e Serra um conjunto de pontos que achamos que são os melhores para contribuir com o programa dos dois. É uma contribuição programática, não nos velhos moldes da discussão de cargos ou apenas baseada nas relações políticas.
Istoé -
Muitos argumentam que a sra. lavou as mãos e ficou em cima do muro.
Marina Silva -
Não foi uma decisão fácil, mas não foi a de Pôncio Pilatos. Foi a decisão de contribuir com os dois candidatos. Cabe a eles internalizar a plataforma que apresentamos. A prerrogativa de convencer aqueles que no primeiro turno votaram em mim também é deles. Não temos a atrasada visão patrimonialista de política, em que as lideranças pensam que são donas dos votos dos eleitores. As pessoas que votaram em mim votaram em opinião.
Istoé -
Como falar em independência se os ex-candidatos Fabio Feldmann e de Fernando Gabeira apoiam Serra?
Marina Silva -
Fabio Feldmann e Fernando Gabeira não falam em nome do partido. São nomes importantes do PV, mas muitos outros nomes de peso estão apoiando a ministra Dilma. Não é só o deputado Sarney Filho, mas várias outras lideranças. Muita gente do PV vai votar na Dilma. O apoio é dado na condição de cidadão, pessoalmente, sem os símbolos do partido.
Istoé -
E como a sra. define decisão responsável?
Marina Silva -
É aquela que corrige os erros, encara novos desafios e aponta no sentido de manter as conquistas.
Istoé -
A sra. vai votar no domingo 31 de outubro?
Marina Silva -
Vou votar sim. Pegarei um avião e vou lá para Rio Branco.
Istoé -
Vai anular o voto?
Marina Silva -
Vou votar com a responsabilidade que tenho com o meu voto. Mas o voto é secreto. Pode afirmar que votarei de acordo com minhas responsabilidades. Quanto ao voto nulo, é uma decisão do cidadão, do eleitor. Para mim, a melhor forma é aquela que contribui com o País.
Istoé -
É possível traçar diferenças entre os perfis de Dilma e de Serra?
Marina Silva -
Cabe ao eleitor fazer essa distinção. A escolha dele vai para o programa de governo, as propostas que apresentam, as atitudes, as trajetórias, a visão de mundo e de País que têm. No primeiro turno, eu dizia que os dois têm um perfil gerencial, que são semelhantes, que têm uma visão de desenvolvimento semelhante. Foi dada uma forte sinalização de que as pessoas estão cansadas desse confronto fratricida que está colocado na política brasileira, estão cansadas do retrocesso na política. Nós avançamos do ponto de vista econômico, do ponto de vista social, mas do ponto de vista político há um retrocesso enorme.
Istoé -
Quem aposta na guerra religiosa perde ou ganha voto?
Marina Silva -
A religião e a fé devem ser utilizadas para promover a paz e o entendimento, como dizem os ensinamentos do Novo Testamento. Podemos fazer política baseados nos valores do afeto, da espiritualidade, como Martin Luther King, Nelson Mandela e Mahatma Gandi. Os valores do amor, da liberdade e da justiça, da fraternidade são uma dádiva de Deus no coração de todos os homens. E é nesse lugar de encontro que devemos buscar o equilíbrio para que nosso país continue sendo uma democracia que tenha um Estado laico – e Estado laico não é Estado ateu – que respeite a liberdade religiosa.
Istoé -
A democracia corre algum risco no Brasil?
Marina Silva -
Acho que a ameaça maior à democracia no Brasil é a dualidade plebiscitária que queriam impor. É uma ameaça, porque quando o cidadão tem apenas a dualidade do plebiscito não tem como escolher. Para escolher se supõe um terceiro. Esse terceiro que surgiu foi uma construção para que tivéssemos essa escolha, foi um investimento. Essa candidatura, essa campanha aconteceu nas condições mais adversas. Muitos tinham um verdadeiro arsenal de meios eleitorais, coligações, tempo de televisão, prefeituras, governos de Estados, etc. Já há um enfrentamento a essa forma antiga de fazer política, na qual a sociedade fica no anonimato e ficam na cena apenas os que acham que são os donos dos votos.
Istoé -
Ficou espantada com seus quase 20 milhões de votos?
Marina Silva -
Eu fiquei agradecida a Deus e à sociedade brasileira, por terem dado concretamente esse sinal de que o modelo de política que nós temos no Brasil está esgotado. Esse é o sinal mais contundente que foi dado. Eu sabia e dizia o tempo todo que o que estava nas ruas era maior do que o que era mostrado nas pesquisas e as urnas de fato mostraram isso.
Istoé -
Alguns tucanos dizem que seus votos foram “transitórios”, que não teriam sido dados em função de sua capacidade governativa.
Marina Silva -
Espero que as pessoas tenham um olhar para além da realidade aparente, que às vezes é mais perceptível a uma avaliação apressada de fenômenos políticos e sociais. As pessoas que votaram na nossa proposta são pessoas que se orientam por opinião, por atitude, por um olhar diferente que não o dessa guerra fratricida que aí está. Tenho a clareza de que é um embrião. Quando Lula e outros criaram o PT, as pessoas diziam que aquilo não tinha como prosperar, como falam hoje do PV. Olha no que deu.
Istoé -
Qual o projeto que a sra. está traçando para os próximos quatro anos, já que vai ficar sem mandato?
Marina Silva -
Continuar meu trabalho pela sustentabilidade. Contribuir na medida do possível para que possamos manter as conquistas que já tivemos, para que possamos reparar os erros e também para que possamos encarar os novos desafios, principalmente o de integrar economia e ecologia.
Istoé -
Na carta aberta sobre a decisão do PV, a sra. diz que PT e PSDB se deixaram capturar pela lógica do embate. Esses dois partidos ainda podem compartilhar projetos políticos?
Marina Silva -
Precisam. São dois partidos da social-democracia que precisam fazer esse gesto em favor do Brasil e do avanço na política. Tanto é que eu dizia que se ganhasse a eleição queria governar com os melhores quadros do PT, do PSDB e dos demais partidos. Para mim, nós temos a necessidade de fazer esse realinhamento histórico no Brasil, sob pena de continuarmos com os atravessadores da política ditando aquilo que os verdadeiros agentes transformadores da política e dos processos sociais deveriam estar fazendo.
Istoé -
Independentemente do resultado do segundo turno, se o PV for convocado a participar do futuro governo, vai aceitar o convite?
Marina Silva -
Não estou colocando estas questões nestes termos, durante essa fase do segundo turno. Nós temos que olhar para compromissos programáticos. Qualquer composição e alinhamento terá que se dar em cima de programas, e não em cima da disposição a priori de ocupar cargos.
Istoé -
Depois do surpreendente resultado do primeiro turno, seu nome passou a ser apontado como o de forte candidata à Presidência em 2014. Existe esse projeto?
Marina Silva -
Nunca fico me antecipando em torno de qual é, enfim, o pleito político, o cargo político que vou disputar na próxima eleição. Só vou fazer aquilo que acho que é o melhor. Vou trabalhar com os diferentes segmentos que fomos capazes de mobilizar e integrar durante essa campanha. E vou estar muito imbuída de mobilizar o Brasil em torno da mudança de modelo de desenvolvimento. Nunca me programei para ser candidata à Presidência da República. Aliás, eu estava me preparando para sair da política institucional quando veio o convite do PV. Aprendi com a política que cada um faz o melhor de si e, quando chega um determinado momento, aquele que deve cumprir com determinado papel, que a história está colocando diante da sua responsabilidade, deve fazê-lo.
Istoé -
Se a história lhe reservar uma disputa à Presidência em 2014 contra o presidente Lula, a sra. vai enfrentá-la?
Marina Silva -
Não quero ficar agindo sob conjecturas. Nunca imaginei que iria disputar uma eleição da qual estariam participando o governador Serra, a ministra Dilma e outros candidatos. Na minha abordagem, quando você participa é porque está lutando a favor de algo. E não contra alguém. Eu tenho uma visão para defender um projeto com o qual estou alinhada, muito mais do que para combater outra pessoa. Se a visão que tenho, se a proposta que tenho é diferente das propostas e da visão daqueles que estão concorrendo comigo, ao afirmar a visão que tenho da política, do desenvolvimento, da educação, da segurança pública, estou carregando esse projeto. Antes de a gente negar o outro, é melhor que a gente afirme o que a gente quer.
Istoé -
Comenta-se que a sra. saiu das urnas muito maior do que entrou. É isso mesmo?
Marina Silva -
Lutei muito para este segundo turno e queria muito que o Brasil tivesse ali uma contribuição nossa, do nosso programa, da nossa visão de País, da nossa visão de política, mas não foi esse o resultado. Nem por isso deixo de estar feliz. Estou feliz, agradecida, e recebo com respeito, gratidão e humildade tudo que aconteceu.

ISTOÉ: Paulo Preto e o $ na meia

O protegido Paulo Preto

Delegada que prendeu engenheiro por receptação de joia roubada sofreu pressões do alto escalão do governo paulista para liberar o arrecadador tucano

Sérgio Pardellas e Claudio Dantas Sequeira

chamada.jpg
selo.jpg
Nos últimos dias, integrantes do PSDB voltaram a fazer contorcionismos verbais na tentativa de reduzir a importância do engenheiro e ex-diretor do Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, personagem revelado em agosto por ISTOÉ que tem trazido constrangimento para a campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra. Até agora, era sabido que Paulo Preto, além de ex-diretor da estatal responsável pelas principais obras viárias de São Paulo, virou alvo de acusações de líderes do PSDB porque teria dado sumiço em R$ 4 milhões arrecadados de forma desconhecida para a campanha tucana. Sentindo-se abandonado, depois que o candidato do PSDB ao Planalto negou conhecê-lo, Paulo Preto fez ameaças públicas e passou a ser defendido por Serra. Todo esse enredo já seria suficiente para mostrar a influência do engenheiro, cuja força a campanha do PSDB insiste em tentar diminuir. Mas os bastidores da prisão de Paulo Preto, há quatro meses, por receptação de joia roubada, são ainda mais reveladores do peso do ex-diretor do Dersa nas hostes tucanas.
img1.jpg
IRREGULAR
TCE condena Paulo Preto e o diretor-presidente do Dersa
por contrato sem licitação em obra do rodoanel
O engenheiro foi preso em flagrante no dia 12 de junho, na loja de artigos de luxo Gucci, dentro do Shopping Iguatemi, no momento em que negociava ilegalmente um bracelete de brilhantes avaliado em R$ 20 mil. Detido pela polícia, Paulo Preto foi encaminhado ao 15° DP, localizado no Itaim Bibi, bairro nobre de São Paulo. Por coincidência, estava na delegacia naquele momento, registrando uma ocorrência, o deputado Celso Russomano (PP-SP). Ali ele presenciou uma cena pouco usual. A delegada titular do distrito, Nilze Baptista Scapulattielo, conforme Russomano contou a ISTOÉ, foi pressionada por autoridades da Polícia Civil e do governo de São Paulo para livrar o engenheiro da prisão. “Ela recebeu ligação do Aloysio (Nunes Ferreira, ex-chefe da Casa Civil), do delegado-geral, do delegado do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital), isso tudo na minha frente, para aliviar o Paulo Preto. A pressão era para não prendê-lo em flagrante delito”, disse Russomano.
Ou seja, dois meses depois de ter sido demitido da Dersa, o ex-diretor ainda era tratado com privilégios por membros da cúpula do governo paulista. Para defendê-lo, foram capazes até de agir ao arrepio da lei, que deveria valer de maneira igualitária para todos. Mas as pressões não foram suficientes para tirar do prumo a delegada, que cumpriu suas obrigações profissionais. Nilze Baptista é conhecida no meio policial pela competência e pulso forte. Além de prender Paulo Preto, enquadrou o engenheiro como receptador de joia roubada. No boletim de ocorrência, Nilze Baptista disse que, durante a detenção, foram encontrados R$ 2.742 na calça e R$ 8.500 no bolso da jaqueta bege de Paulo Vieira de Souza. Escapou-lhe, porém, um pequeno detalhe que joga um ingrediente ainda mais peculiar no episódio. “Quando Paulo Preto foi flagrado pela polícia, também havia dinheiro nas meias”, revela Russomano. Durante a ação policial, os agentes ainda apreenderam com Paulo Preto um veículo esportivo de luxo BMW Z4 2009/2010, avaliado em R$ 250 mil. Horas depois, o veículo foi liberado. Já o engenheiro passou dois dias no xadrez.
img2.jpg
DINHEIRO
Policiais encontram mais de R$ 11 mil
nas roupas do engenheiro
Em breve, Paulo Preto também poderá ter de se explicar por suas estripulias na esfera administrativa. Ao rejeitar as acusações sobre a suposta atividade de arrecadador informal do PSDB, o engenheiro estufa o peito para falar de suas qualidades de administrador probo e eficiente. Mas diversas ações abertas pelo Ministério Público de São Paulo desde 2008, para investigar problemas em contratos do Dersa, sugerem um quadro bem diferente do que pinta o ex-diretor. Há, por exemplo, sete investigações em curso sobre irregularidades e superfaturamento no pagamento das indenizações de desapropriação de imóveis para obras, como o trecho sul do rodoanel. Os promotores também apuram eventual prejuízo ao erário na execução do contrato firmado com o consórcio responsável pela mesma obra, tanto na “metodologia empregada para a construção de pontes” como no “emprego de material diverso do ajustado”. O trecho sul do rodoanel custou aos cofres públicos R$ 5 bilhões.
img3.jpg
Muitas dessas apurações partiram de processos julgados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), que no início de setembro condenou um contrato de R$ 1,4 milhão, firmado sem licitação pelo Dersa com o chamado Instituto Internacional de Ecologia e Gerenciamento Ambiental (IIEGA). O termo de parceria foi assinado em junho de 2007 por Paulo Vieira de Souza, então responsável pela engenharia, e o diretor-presidente do Dersa, Thomaz de Aquino Nogueira – que foi multado em R$ 16 mil. Para os conselheiros do TCE-SP, o Dersa não conseguiu justificar a escolha da contratada “em detrimento de outras instituições ou empresas habilitadas a prestar os serviços” e a “ausência de elementos utilizados para a avaliação da economicidade”. Curiosamente, o instituto de ecologia foi criado pelo cientista José Galizia Tundisi, que presidiu o CNPq durante o primeiro mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Na gestão de Tundisi, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou várias irregularidades e chegou a multá-lo por conta do aumento ilegal de 160% no valor de um contrato milionário firmado com a IBM.
Apesar das evidências envolvendo Paulo Preto, o PSDB e José Serra continuam a tratar o tema como um assunto de pouca importância. Embora tenha nomeado uma das filhas do ex-diretor do Dersa, Tatiana Arana Souza Cremonini, para cargo de confiança, no mês em que assumiu o governo de São Paulo, Serra disse que não teve responsabilidade pela contratação quando foi questionado sobre o indício de “nepotismo” em entrevista ao “Jornal Nacional” na terça-feira 19. Tatiana trabalha no cerimonial do Palácio dos Bandeirantes, com salário de R$ 4.595 e, segundo fontes ouvidas por ISTOÉ, era vista com frequência ao lado do então governador. Hoje, Tatiana está de férias. “Essa menina foi contratada – eu não a conhecia, não foi diretamente por mim – para trabalhar no cerimonial que faz recepções, que cuida de solenidades e tudo mais. Sempre trabalhou corretamente. Inclusive eu só vim a saber que era filha de um diretor de uma empresa muito tempo depois”, afirmou o tucano. Durante sua gestão à frente da Prefeitura de São Paulo, Serra contratou a mesma filha de Paulo Preto para um cargo de confiança na SPTuris.
As últimas revelações levaram os líderes do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo a pedir a abertura de uma CPI para apurar o caso. Em Brasília, os petistas, com o apoio de parlamentares do PDT, agiram em outra frente. Na terça-feira 19, protocolaram na Procuradoria-Geral da República representações pedindo a investigação de denúncias. A representação do PT é assinada pelos deputados Cândido Vaccarezza (SP), líder do governo na Câmara, e por Fernando Ferro (PE), líder do PT. “Ele (Paulo Preto) é réu confesso. Depois das informações sobre o sumiço do dinheiro arrecadado para a campanha, ele deu entrevista dizendo que ninguém deu mais condições de as empresas apoiarem a campanha. Além disso, há sinais claros de enriquecimento ilícito, por isso pedimos a investigação dos fatos e das confissões feitas por Paulo Vieira. É dinheiro público, há evidência de corrupção”, afirmou Vaccarezza.
Colaborou: Alan Rodrigues

“Ele tinha dinheiro na meia”
img.jpg
“Ela recebeu ligação do Aloysio, do delegado-geral e do delegado do Decap”
ISTOÉ – O sr. testemunhou a prisão do Paulo Preto?Celso Russomano – Foi uma coincidência. Eu tinha ido ao 15° Distrito para resolver um outro problema envolvendo um segurança particular de um condomínio, que estava determinando quem podia e não podia estacionar em um espaço público. Quando eu cheguei à delegacia, a delegada titular do distrito me contou o que estava acontecendo. Ela me disse que o Paulo Preto estava lá e vi que ela estava sofrendo uma pressão grande.
ISTOÉ – Pressão de quem?Russomano – Ela recebeu ligação do Aloysio (Nunes Ferreira), recebeu ligação do delegado-geral, do delegado do Decap, isso tudo na minha frente, para aliviar o Paulo Preto. A pressão era para não prendê-lo em flagrante delito. E aí eu até a aconselhei, dizendo para ela agir da forma correta. Disse até que ela não poderia prevaricar, senão seria crime. Ainda perguntei para ela: “Como a senhora vai explicar para o segurança e o gerente da loja que estão aqui?”
ISTOÉ – E o que ela disse?Russomano – Ela disse, na frente do batalhão de advogados que estava lá, que realmente não poderia fazer nada errado e que se o Paulo Preto tinha sido encontrado com joia roubada ele era mesmo receptador. Ela então me relatou que quando o Paulo Preto foi preso e conduzido para o distrito havia sido encontrado dinheiro nas meias, na calça e na jaqueta. Ou seja, em todo lugar da roupa dele tinha dinheiro.
ISTOÉ – O que aconteceu depois?Russomano – Depois dessa história várias pessoas me procuraram dizendo “É, você estava na delegacia, tal, esse cara é um cara que você precisava conhecer...” Respondi que não precisava conhecer, não. Conhecer por quê? Aí me disseram que hoje ele tem muita força.

José Serra tenta enganar eleitor

Marina acusa PSDB de usar seu nome para vale-tudo eleitoral

A senadora e candidata derrotada à presidência da República, Marina Silva (PV-AC), criticou, nesta quarta (27), setores do PSDB que, segundo o PV, promoveram iniciativas fraudulentas ao envolvê-la em ações de apoio à candidatura tucana de José Serra. "Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral", afirmou a senadora, de acordo com informações de sua assessoria de imprensa.

"Os quase 20 milhões de brasileiros que endossaram meu projeto e o de Guilherme Leal no primeiro turno sabem que o respeito ao eleitor é um princípio inquestionável na nossa prática política, o que nos diferencia daqueles que querem o poder pelo poder", disse Marina.

A declaração de voto falsa foi feita com um endereço de e-mail que não corresponde ao de Marina e foi ao ar no blog "Eu Vou de Serra 45". "Infelizmente, muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas e continuam a promover a política de mais baixo nível ao usar estratagemas banais para buscar votos", disse a senadora.

O e-mail falso seria direcionado aos eleitores de Marina contendo um "pedido" da senadora verde para que haja união em torno da candidatura tucana. 

Aliados de Dilma Rousseff já alertaram para a campanha tucana pautada nos boatos, mentiras e distorções. Segundo várias denúncias, além de espalhar inverdades sobre a candidatura da adversária Dilma Rousseff, o PSDB de José Serra tem ainda tentado confundir o eleitor. Um exemplo é a notícia, difundida na internet, inclusive com foto, de que estariam sendo distribuídos adesivos da petista, com o número errado, do PSDB.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dilma fala de Michel Temer no JN

Michel Temer fala da importância institucional de eleger Dilma

TUCANOS INFESTAM RELAÇÃO DA CAMARGO CORRÊA

Vários integrantes da cúpula do PSDB estão na relação apreendida pela PF na empreiteira Camargo Corrêa. Há vários indícios de doações ilegais a políticos do PSDB e do DEM. Entre eles:

Paulo Aloísio de Sousa, o famoso Paulo Preto, ex-diretor de engenharia da Dersa no governo José Serra, arrecadou cerca de 4 milhões de reais de empresários, mas sumiu com o dinheiro vindo de caixa dois das empreiteiras envolvidas na construção do trecho sul do rodoanel no ABC paulista.

Aluísio Nunes Ferreira do PSDB/ SP – apesar das denúncias foi eleito este ano e, na época da operação Castelo de Areia, era secretário de José Serra. Está na lista dos beneficiários do esquema de corrupção.Há 20 anos tem ligações e amizade pessoal com o famoso Paulo Preto, assessor de José Serra.

Palácio Band (Abreviatura de Palácio Bandeirantes), governado pelos Tucanos há mais de 20 anos, está na lista da Camargo Corrêa como suposto beneficiário dos pagamentos da empreiteira.

Ex-senador Gilberto Miranda que também aparece na operação foi senador pelo PFL do Amazonas. (atual Dem)

Ex-senador Jorge Bornhausen aparece na lista ao lado de duas remessas em 1996 que somam 206 mil reais.
Há ainda mais de outros 200 nomes na relação, vários vinculados ao PSDB e ao DEM.



Tucanos sobem no muro e se calam sobre o ex-amigo Paulo Preto (ops... Paulo Sousa).
    
Paulo Sousa (ops... Paulo Preto): isolado pelos tucanos deve pagar a conta sozinho. 


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Michel Temer é a favor da PEC 300

Ao contrário dos tucanos (que pagam mal os militares), Michel Temer é a favor da PEC 300, que estabelece piso salarial nacional.

Campanha de Serra (mil caras).

Só pra comparar Demo-tucanos e o governo Lula


Mulher de José Serra já fez aborto...

O neo-evangélico José Serra bem que tentou esconder... Mas a Folha de São Paulo descobriu: a esposa dele, Mônica Serra, já fez aborto. É muita coerência do tucano e da tucana: eles se dizem contra a descriminalização do aborto. Se acreditassem que a prática é crime, ela teria que se entregar à polícia. Leia a reportagem:

Monica Serra contou ter feito aborto, diz ex-aluna
Reportagem tentou ouvir mulher de candidato tucano por dois dias, sem sucesso

MÔNICA BERGAMO, COLUNISTA DA FOLHA

O discurso do candidato à Presidência José Serra (PSDB) de que é contra o aborto por “valores cristãos”, que impedem a interrupção da gravidez em quaisquer circunstâncias, é questionado por ex-alunas de sua mulher, Monica Serra.
Num evento no Rio, há um mês, a psicóloga teria dito a um evangélico, segundo a Agência Estado, que a candidata Dilma Rousseff (PT), que já defendeu a descriminalização do aborto, é a favor de “matar criancinhas”.
Segundo relato feito à Folha por ex-alunas de Monica no curso de dança da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a então professora lhes contou em uma aula, em 1992, que fez um aborto quando estava no exílio com o marido.
Depois do golpe militar no Brasil, Serra se mudou para o Chile, onde conheceu a mulher. Em 1973, com o golpe que levou Augusto Pinochet ao poder, o casal se mudou para os Estados Unidos.
OUTRO LADO
A Folha tentou falar com Monica Serra durante dois dias para comentar o relato das ex-alunas, sem sucesso.
Um dia depois do debate da TV Bandeirantes, no domingo, 10, a bailarina Sheila Canevacci Ribeiro, 37, postou uma mensagem em seu Facebook para “deixar a minha indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra” em relação ao tema.
Ela escreveu que Serra não respeitava “tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Monica Serra já fez um aborto”. A mensagem foi replicada em outras páginas do site e em blogs.
“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o seu aborto traumático”, escreveu Sheila no Facebook. “Devemos prender Monica Serra caso seu marido fosse [sic] eleito presidente?”
À Folha a bailarina diz que “confirma cem por cento” tudo o que escreveu. Sheila afirma que não é filiada a partido político. Diz ter votado em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no primeiro turno. No segundo, estará no Líbano, onde participará de performance de arte.
Se estivesse no Brasil, optaria por Dilma Rousseff (PT). Sheila é filha da socióloga Majô Ribeiro, que foi aluna de mestrado na USP de Eva Blay, suplente de Fernando Henrique Cardoso no Senado em 1993. Majô foi pesquisadora do Núcleo de Estudos da Mulher e Relações Sociais de Gênero da USP, fundado pela primeira-dama Ruth Cardoso (1930-2008).
Militante feminista, Majô foi candidata derrotada a vereadora e a vice-prefeita em Osasco pelo PSDB.
A socióloga disse à Folha estar “preocupada” com a filha, mas afirma que a criou para “ser uma mulher livre” e que ela “agiu como cidadã”.
Sheila é casada com o antropólogo italiano Massimo Canevacci, que foi professor de antropologia cultural na Universidade La Sapienza, em Roma, e hoje dirige pesquisas no Brasil.
A Folha localizou uma colega de classe de Sheila pelo Facebook. Professora de dança em Brasília, ela concordou em falar sob a condição de anonimato.
Contou que, nas aulas, as alunas se sentavam em círculos, criando uma situação de intimidade. Enquanto fazia gestos de dança, Monica explicava como marcas e traumas da vida alteram movimentos do corpo e se refletem na vida cotidiana.
Segundo a ex-estudante, as pessoas compartilhavam suas histórias, algo comum em uma aula de psicologia.
Nesse contexto, afirmou, Monica compartilhou sua história com o grupo de alunas. Disse ter feito o aborto por causa da ditadura.
Ainda de acordo com a ex-aluna, Monica disse que o futuro dela e do marido, José Serra, era muito incerto.
Quando engravidou, teria relatado Monica à então aluna, o casal se viu numa situação muito vulnerável.
“Ela não confessou. Ela contou”, diz Sheila Canevacci. “Não sou uma pessoa denunciando coisas. Mas [ela é] uma pessoa pública, que fala em público que é contra o aborto, é errado. Ela tem uma responsabilidade ética.”

Colaboraram LIGIA MESQUITA e MARCUS PRETO , de São Paulo

OUTRO LADO
Assessoria da psicóloga não responde à Folha
DE SÃO PAULO
A assessoria da psicóloga Monica Serra, mulher de José Serra, não respondeu aos questionamentos feitos pela Folha a respeito do relato de suas ex-alunas.
A Folha procurou Monica Serra pela primeira vez na manhã de anteontem. Segundo sua assessoria, ela havia viajado para o Chile e não seria possível localizá-la naquele momento.
Entre quinta-feira e ontem, a reportagem telefonou seis vezes e enviou cinco e-mails para a assessoria. Recebeu uma mensagem com a seguinte afirmação: “Não há como responder”.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O "brilhantismo" de José Serra constituinte. Compare com Lula...


Serra e sua “brilhante” atuação no Congresso (nota 3,75):

Pouca gente sabe, mas José Serra foi deputado constituinte. Veja a brilhante atuação do tucano no Congresso Nacional:

- Votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
- Votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
- Votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
- Votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
- Negou seu voto pelo direito de greve;
- Negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
- Negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;
- Negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
- Negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
- Negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;

Fonte: DIAP — “Quem foi quem na Constituinte”;pag. 621

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Coordenadora de Serra é militante do ABORTO.

Soninha Francine coordena a campanha tucana na internet e também é considerada, nos bastidores, a Assessora de "Assuntos de Assuntos Íntimos" de José Serra. Ela defende o que o chefe quer esconder.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010